terça-feira, 19 de março de 2024

Efemérides gafanhoas

Farol em construção

Se pensarmos um pouco, descobriremos que uma terra, qualquer que ela seja, tem sempre efemérides que preenchem a sua história. E a Gafanha da Nazaré está carregada de eventos que ouso lembrar de quando em vez.
Em março, no dia 12 de 1860, foi iniciada a construção da primeira estrada que atravessou a região da Gafanha até ao Forte e que foi batizada, em data posterior, com o nome de Av. José Estêvão. Contudo, é justo lembrar que esta estrada, bem como outras que se construíram naquela época, se ficou a dever à influência de José Estêvão.

segunda-feira, 18 de março de 2024

O que quero recordar?



Quero recordar que o mundo dos afetos é sempre muito bonito e muito expressivo.

Nota: A pergunta do título surgiu numa plataforma onde tinha publicado, na altura dos incêndios, esta fotografia.

domingo, 17 de março de 2024

A ética, as vítimas inocentes, Deus

Crónica de Anselmo Borges
Padre e professor de Filosofia


Pela tomada de consciência da finitude e da pergunta que constitutivamente lhe está associada — de pergunta em pergunta, o ser humano deparar-se-á com a pergunta pelo Fundamento último de tudo e pelo Sentido último —, Deus virá sempre à ideia.
A questão de Deus impõe-se igualmente por causa da ética, das vítimas inocentes e da esperança. Lá está sempre Immanuel Kant — celebra-se este ano o terceiro centenário do nascimento — com as suas perguntas, as de qualquer ser humano atento: “O que posso saber? O que devo fazer? O que é que me é permitido esperar?” A última está vinculada à religião: cumprindo o seu dever, o Homem torna-se digno da salvação de Deus.
A autonomia da razão prática, que vincula universalmente todos os homens, e para a qual Kant deu um contributo decisivo, é uma conquista definitiva da Humanidade: a moral é uma forma de auto-obrigação. Mas a questão ergue-se em todo o seu abismo, quando somos confrontados com a questão ética no seu limite. Edward Schillebeeckx apresenta precisamente o exemplo dramático do soldado que, numa ditadura e sob pena de morte, recebe a ordem de matar um inocente, só porque ele é judeu, comunista ou cristão. Por motivos de consciência, o soldado recusa executar a ordem, ficando assim numa situação que toca as raias do absurdo: de facto, ele próprio será morto e outro matará o inocente. Aparentemente, ninguém beneficiou desta acção ética absolutamente digna.

Santa Joana, Princesa de Portugal


Gosto muito desta imagem de Santa Joana, que foi princesa de Portugal. É uma imagem muito mais natural, com expressão de mulher determinada. A mais conhecida, julgo eu, é uma  jovem inexpressiva, na minha ótica. Porque é que a Igreja Católica nos apresenta imagens de santos que nada têm de natural? Algumas até estão em êxtase!

"Operação Maré Negra" no Porto de Aveiro



O Porto de Aveiro foi palco de um episódio da série “Operação Maré Negra", li hoje numa notícia que me chegou. As filmagens decorreram no Terminal Norte, em junho de 2023, envolvendo elementos da Administração Portuária. Mais diz a notícia que Pedro Lemos, Diretor da Coordenação Portuária, esteve presente na antestreia da terceira e última temporada da série “Operação Maré Negra”, no passado dia 6 de março, na Sociedade de Geografia de Lisboa.
A série, com produção da Ukbar Filmes com a RTP e a Ficcion Producciones, é protagonizada por Jorge López, contando ainda com Soraia Chaves, Pêpê Rapazote, Bruno Gagliasso e Oscar Jaenada no elenco principal.
O primeiro episódio da terceira temporada passou  na RTP no dia 15 de março, num total de cinco episódios.

Um poema de Oliveiros Louro


VAGA A ORIGEM, FUTURO INCERTO

Ur-Mesopotâmia, talvez a origem...
Talvez a origem dos barcos moliceiros.
Talvez Tartessos dos velhos marinheiros,
Névoas de génese que não me afligem.

Mais me atormenta o porto da viagem,
O passado recente das Gafanhas, Murtosas,
Os painéis e legendas, ingénuos, escabrosas,
Cisnes, patos bravos, maçaricos, miragens.

O chiste, os pés doridos, a vela, a gaivota,
Moliço, maresia, o lodo e o patacho,
Ancinho na lama mole... Mas eu acho
Que tão vária imagem meus sonhos enxota.

Como a um bando de belos flamingos
Tão leves, esbeltos, talvez comendo crico.
E as viagens-miragens passam e eu fico
A cismar no futuro... desses barcos lindos.

Oliveiros Louro

NOTA: Já não via o Oliveiros Louro há muito. Pandemia e inverno obrigaram-me ao abrigo da minha residência. Daí um certo afastamento. Há dias cruzei-me com ele e perguntei-lhe como ia a poesia. Sem parar, sorriu, como que a dizer que já lá vai o tempo dela. Tive pena, mas daqui lhe desejo saúde. E talvez um dia  a musa lhe segrede uns  poemas lindos.

quinta-feira, 14 de março de 2024

CURIOSIDADES - Imposto sobre o vinho

Segundo informação que me veio, há anos,   do Domingos Cardoso, graças às pesquisas que tem feito nos arquivos da CMI, o nosso conterrâneo Manuel Cravo Júnior desenvolvia uma atividade curiosa. Diz assim:

«Arrematou os impostos sobre o vinho e num ano deu 135 contos à Câmara por esse imposto. A "coisa" fazia-se assim: o arrematante entregava o dinheiro à Câmara de uma só vez e adiantado e depois andava o ano inteiro a cobrar os impostos (neste caso sobre o vinho) aos vendedores. No fim do ano poderia ganhar ou perder dinheiro, dependendo do consumo e da eficiência do controlo e da cobrança do dito imposto.»